Projeto Piloto nas Escolas

Projeto Piloto nas Escolas

O projeto de intervenção está sendo desenvolvido em duas escolas do Município de Hortolândia-SP, uma de Educação Infantil e outra de Ensino Fundamental. Para o ano de 2023, outras escolas do município iniciarão o projeto. A seguir apresentamos a proposta.

I – Princípios

  • Estabelecimento de uma experiência de vivência escolar na qual a Relação com o Saber e a biografização constituem o eixo teórico principal;
  • Formação em escola pública, gratuita, massiva e laica;
  • Gestão Democrática e compartilhada entre a UFSCar/DEd e a(s) rede(s) ou escolas públicas que aderirem ao projeto;
  • Formação continuada e permanente de todos os agentes da E-O;
  • Decisão colegiada ampla e irrestrita;
  • Troca de experiências com outros municípios do Estado de São Paulo, de outros Estados do Brasil e de escolas e profissionais de educação de outros países;
  • Vinculação a redes oficiais de ensino;
  • Participação voluntária de profissionais da educação, servidores que atuam na escola pública, servidores que atuam na Secretaria Municipal de Educação, alunos e seus familiares, professores e pesquisadores universitários interessados no projeto, gestores de redes de ensino;
  • Uso de plataformas virtuais de ensino;
  • Implantação do projeto em unidades presenciais existentes ou a serem criadas, virtuais e híbridas;
  • A escola-outra tem funções e não cargos;
  • A E-O tem um currículo-outro, que leva em consideração o currículo oficial e o extrapola;
  • A E-O tem um telos – uma finalidade – formar com a vida em curso (e não para a vida) e um skopos – um objetivo – oferecer a possibilidade do aprender com base na RcS, com o Ser-sujeito;
  • O currículo oficial será referência e a ele se desenvolverão conteúdos aplicados: matemática aplicada, história aplicada, geografia aplicada, ciências da natureza aplicada, etc.;
  • A E-O terá uma equipe de internacionalização;
  • A E-O poderá funcionar no prédio de outra escola oficial já existente, tanto no contraturno quanto em horários compartilhados, com a matriz curricular da escola que a abriga, quanto em outro local que a Coordenação Associada do projeto e a gestão da rede pública correspondente aprovem e preservados os princípios aqui estabelecidos;
  • A escola terá um corpo de coordenadores pedagógicos, dentre os quais: um membro representará cada E-O na Coordenação Associada do Projeto E-O; um membro representará o setor administrativo e burocrático; um membro representará o setor financeiro; um membro representará os familiares dos aprendentes menores de 18 anos;
  • A E-O terá como órgãos deliberativos em esferas diferentes: pequeno grupo (interessados em um tema que lhe afete de forma singular); grupo de representantes dos diversos setores da escola e Assembleia Geral. Esta última será acionada quando um grupo solicitar debate nesse nível e se reunirá uma vez a cada semestre letivo.
  • O horário de funcionamento, bem como o calendário letivo será elaborado pelos membros de cada E-O em colaboração com a Coordenação Associada do Projeto em tela e do órgão público competente do município ou Estado correspondente à sua localização.
  • A E-O – Projeto Piloto – funcionará em três estágios, progressivamente implantados: 2 horas, 3 horas e 5 horas. A decisão de se passar de um estágio para outro será tomada em conjunto com todos os participantes do Projeto, em amplo debate e sempre permitirá o pedido de mais tempo por parte de qualquer de seus membros para novos debates e esclarecimentos. A votação poderá ser feita em três turnos: votação 1, votação 2 e votação final, considerando-se maioria absoluta para a aprovação de propostas estruturais.
  • A E-O terá somente aprendentes em relação com o saber. Todos deverão estar regularmente inscritos na E-O, aí incluídos os membros da coordenação pedagógica. A exclusão de qualquer membro da E-O será simples, bastando pedido do interessado, dirigido à coordenação pedagógica da mesma.
  • O aprender se dará por turmas temáticas e não por série, nem por idade.
  • Os conteúdos poderão ser ministrados em módulos temáticos.
  • Os conteúdos serão pensados a partir de uma concepção artística: como ver o mundo que nos cerca a partir daquele conteúdo? O que esperar desse mundo? Como pensá-lo de uma outra forma?

 

II – Concepção de avaliação

  • A avaliação é um instrumento do coletivo e do aprendente. É um instrumento particular de retomada da trajetória de formação.
  • Tem caráter qualitativo. Não tem caráter quantitativo. Não tem a função de atribuir nota. Tem a função de identificar como se aprende a produzir saberes.
  • Tem caráter de retomada da trajetória de formação em curso da vida. Produz elementos para o replanejamento de todo o processo formativo.

 

III – Concepção de corpo aprendente

  • Todos os inscritos no Projeto E-O são aprendentes. Estamos todos aprendendo alguma coisa nova: sobre o mundo que nos cerca, sobre nós mesmos e sobre o outro.
  • O professor-outro se sabe aprendente na medida em que suas dúvidas são partilhadas com todos. Assim, quem sabe história, ensina história e aprende as outras partes do currículo oficial. Isto nos leva a conceber que aquele que sabe história, hoje, aprende matemática e amanhã, ensinar história e matemática. E assim por diante. Dividimos aprendizados: informações e saberes, ensinando, perguntando e trocando o que sabemos.

 

IV – Conceções teóricas

  • Relação com o Saber (RcS) (CHARLOT, B.); Biografização (DELORY-MOMBERGER, C); Prosopografia (STONE, L; CHARLE, C.; BOURDIEU, P.).
  • Meta-teorias dos campos da Educação, Antropologia, Psicologia, Filosofia, História, Sociologia.